sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A crónica da Margarida Rebelo Pinto

Serve esta crónica para retratar e comentar um certo elemento que existe frequentemente em grupos masculinos e que responde pelo nome genérico de ‘Gordinha’.

A Gordinha é aquela amigalhaça companheirona que desde o liceu cultivava o estilo maria-rapaz, era espertalhona e bem-disposta, cheia de energia e de ideias, sempre pronta para dizer asneiras e alinhar com a malta em programas. Ora acontece que a Gordinha é geralmente gorda e sem formas, tornando-se aos olhos masculinos pouco apetecível, a não ser em noites longas regadas a mais de sete vodkas, nas quais o desespero comanda o sistema hormonal, transformando qualquer bisonte numa mulher sexy, mesmo que seja uma peixeira com bigode do Mercado da Ribeira.

A Gordinha é porreira, é fixe, é divertida, quer sempre ir a todo o lado e está sempre bem-disposta, portanto a Gordinha torna-se uma espécie de mascote do grupo que todos protegem, porque, no fundo, todos têm um bocado de pena dela e alguns até uma grande dose de remorsos por já se terem metido com a mesma nas supracitadas funestas circunstâncias. E é assim que a Gordinha acaba por se tornar muito popular, até porque, como quase nunca consegue arranjar namorado, está sempre muito disponível para os mais variados programas, nem que seja ir comer um bife à Portugália e depois ao cinema.

À partida, não tenho nada contra as Gordinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os homens. Às Gordinhas tudo é permitido: podem dizer palavrões, falar de sexo à mesa, apanhar grandes bebedeiras e consumir outras substâncias igualmente propícias a estados de euforia, podem inclusive fazer chichi de pernas abertas num beco do Bairro Alto porque como são ‘do grupo’ toda a gente acha muita graça e ninguém condena.

Agora vamos lá ver o que acontece se uma miúda gira faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar leviana, ordinária, desavergonhada e até mesmo porca. Uma miúda gira não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não é one of the guys: é uma mulher e, consequentemente, deve comportar-se como tal. E o que mais me irrita é quando as Gordinhas apontam também elas o dedo às giras, quando estas se comportam de forma semelhante a elas.

Ser gira dá trabalho e requer alguma diplomacia. Que o digam as minhas amigas mais bonitas e boazonas que foram vendo a sua reputação ser sistematicamente denegrida por dois tipos de pessoas: os tipos que nunca as conseguiram levar para a cama e as gordas que teriam gostado de ter sido levadas para a cama por esses ou por outros. Uma mulher gira não pode falar alto nem dizer palavrões que lhe caem logo em cima. Já uma Gordinha pode dizer e fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, porque conquistou um inexplicável estatuto de impunidade.

Porquê? Porque não é vista como uma mulher? Porque todos têm pena dela? E, já agora, porque é que quando uma mulher está/é gorda nunca ninguém lhe diz, mas quando está/é magra, ninguém se coíbe de comentar: «Estás tão magra!?»

Como dizia a Wallis Simpson: «Never too rich, never too slim». E quanto às Gordinhas, o melhor é arranjarem um namorado. Ou uma dieta. Ou as duas coisas.

Ora bem, vamos lá ver, sendo eu uma consumidora dos livros desta querida e não sabendo que a senhora sofre de algum mal contra pessoas da minha espécie, sim gordas, é de lamentar a natureza desta crónica.

Sendo eu gorda nunca dei a importância às magras que a escritora(será?) nos deu com esta pérola.
As pessoas têm determinada personalidade devido ao meio que as rodeia, não me parece que o peso determine o quanto somos simpáticas, divertidas, amigas ou ousadas.
Vejamos, eu nunca fui magra, mentiria se dissesse que não o gostava de ser, tive eu força de vontade para emagrecer? NÃO; determinou isso a maneira como vivi a minha vida ou me relacionei com as pessoas? com certeza que não.

Primeiro: nunca fui maria-rapaz, Segundo: nunca tive qualquer problema com rapazes Terceiro: Os meus amigos são meus amigos, independentemente se eu engordo mais 10kg ou emagreça 5.
Como a única "gordinha" no meu grupo de amigos, nunca me vi beneficiar de algum tipo de tratamento especial e sou tão ou mais bem educada que os demais.
Se estou sempre pronta para a brincadeira e alinho em todos os programas, está relacionado com a minha personalidade extrovertida e não com a falta de namorado, pois felizmente se não tive mais foi porque não quis.

Pena é ainda existirem pessoas com tanta inveja, que preservam o mesmo tipo de corpo que tinham à 20 anos e pintam o cabelo de loiro, para não se destacarem no meio das tias de Lisboa, pois não conseguiriam viver se tivessem mais 20 kg ou o cabelo branco.

Para mim o que a Dona Margarida sofre é de falta de homem, porque mesmo com o seu peso de pena, não há nenhum que lhe pegue.
E para a sua falta de informação,normalmente as mulheres mais roliças são as mais bonitas.Ser gira não é exclusivo das mais magras!

Realmente tem razão, a maioria dos tipos devem sonhar em levar as suas amigas, top models para a cama, pois na hora de se casarem preferem escolher uma mulher bonita e intelegente em detrimento do corpo.
Porque o corpo não se mantém para sempre e o que agarra os homens e os amigos é aquilo que lhe falta: carácter.
Infelizmente para si, ainda não está à venda, por isso o melhor é continuar na dieta e a fazer exercício para não ter outro AVC.Já que namorado parece-me difícil, nem à distância os consegue manter.

4 comentários:

  1. tens toda a razao na opinião que deste acerca da crónica dela, realmente a aversão dela ás pessoas com mais peso é uma coisa que me transtorna....

    Beijinhos
    Sónia,
    http://ladystudio.pt/blog/

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  2. GOSTO!!!

    http://estilohedonico.blogspot.pt/

    xoxo

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